quarta-feira, 18 de junho de 2025

ZÉ CARIOCA - 1 CAPA, 2 REVSTAS

Ainda sob o mote dos quadrinhos Disney, estive visitando o blog de um velho amigo quando vi a capa que ele postou, da revista do Zé Carioca 1831. Como ele foi sucinto, resolvi pesquisar no Inducks para saber em que ano ela foi publicada e acabei me deparando com outras informações que gostaria de compartilhar a quem me prestigia dando seu tempo a este blog. Vamos lá!

Essa capa é creditada ao grande Moacir Rodrigues Soares, que mandava muito bem naquela época, em Junho de 1988. Lembre-se que foi ele também quem fez as capas que mostrei na postagem anterior, sobre a revista da Margarida e do Donald. Como o amigo Roniere bem comentou em seu blog, ficou muito engraçado o Zé Carioca se esconder para não comparecer ao casamento, mostrando que ele não queria saber desse assunto nem de brincadeira. Eh, Eh! Capa bem legal, engraçada, envolvente e muito brasileira, pois essa alusão às festas juninas é muito o nosso povo. Depois do dia dos namorados, em 12 de Junho, comemora-se o dia de Santo Antonio, o santo casamenteiro, logo no dia 13.
A revista do Zé Carioca sempre foi muito querida pelos brasileiros que gostam dos quadrinhos Disney. Essa foi uma fase muito boa. O que chamou  atenção foi que essa arte de capa também foi colocada em outra revista, a Zé Carioca 2336, de Junho de 2009. Curioso que dessa vez os créditos foram para Aparecido Norberto e não ao Moacir. A gente fica sem entender, vez que se trata do mesmo desenho, mudaram apenas algumas coisinhas.
A revista de 1988 trouxe as seguintes histórias:
...ACENDE A FOGUEIRA DO MEU CORAÇÃO - desenhos de Euclides K. Miyaura, publicada de novo abrindo a revista do Zé Carioca 2336, em Junho de 2009.

OS PIRATAS DO RIO - Ideia de Joel Katz, roteiro de Les Lilley, dessenhos de Josep Tello Gonzales, com origem na Dinamarca, foi publicada também na Alemanha, Chile, Egito, Finlândia, França, Holanda, Islândia, Itália, Iugoslávia, Noruega e Suécia.

É LOGO ALI - desenhos de Carlos Edgard Herrero, publicada também na revista do Zé Carioca 1409 e 2129.

GOLPE DE TIRAR A CARTOLA - Ideia de Gail Renard, roteiro de Donne Avenell e desenhos de Juan Torres Pérez, com origem na Dinamarca, foi publicada também na Alemanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Islândia, Itália, Noruega, Reino Unido, República Techa, Suécia e Ucrânia.

QUE SUTO, MEU! - desenhos de Euclides Miyaura, publicada também na revista do Zé Carioca 2130.

A de 2009 trouxe:
...ACENDE A FOGUEIRA DO MEU CORAÇÃO - desenhos de Euclides K. Miyaura, letras do Estúdio Lua Azul, publicada também na revista do Zé Carioca 1831

O VIAJANTE DO TEMPO - roteiro de Carlos Alberto Paes de Oliveira, desenhos de Renato Vinicius Canini, publicada também na revista do Zé Carioca 1197 e Disney Jumbo 9.

ZÉ DO BREAK - desenhos de Roberto O. Fukue, publicada também na revista do Zé Carioca 1739 e Disney Big 34.

VOCÊ COMPROU SEU CHOP-CHOP? - roteiro de Júlio de Andrade, desenhos de Renato Vinicius Canini, publicada também na revista do Zé Carioca 1327 e no Almanaque do Zé Carioca 22 (2a. série).

É O FIM DO MUNDO! - desenhos de Roberto O. Fukue, publicada também na revista do Zé Carioca 1761 e no Almanaque do Zé Carioca 28 (2a. série).

UMA BRIGA POR AMOR - desenhos de Robeto O. Fukue, publicada também na revista do Zé Carioca 1761 e  no Almanaque do Zé Carioca 28 (2a. Série).

Interessante, né? Era comum que as histórias do papagaio fossem republicadas em sua própria revista, de tempos em tempos. Acredito que haja outras capas que foram reaproveitadas, como fizeram em relação a essa, só não me lembro quais.

Termino o post colocando o link do blog U2 e Gibis, do amigo Roniere, convidando vocês a conhecerem. Clique aqui

Links de Pesquisa:

sexta-feira, 13 de junho de 2025

ATUALIZAÇÃO: MARGARIDA

Atualização: versão em vídeo no fim do post.

Margarida foi criada por Al Taliaferro em 9 de Janeiro de 1937, aparecendo em um curta-metragrem (como são chamados os desenhos animados com pouco tempo de duração) e indo para os quadrinhos em 1940, em uma história que só foi publicada no Brasil em 1973, na revista Cinquentenário Disney 1, com o nome: Donald Encontra Margarida (Mr. Ducks Steps Out). Na verdade, essa historinha é nada mais, nada menos que um dos curtas-metragens mais conhecidos e alegres de Donald, datado de 1940.

Em 1937, atribuem sua primeira aparição no curta-metragem Don Donald -- Donald vai ao México para se encontrar com ela (hoje em dia, eu jamais faria esse tipo de sacrifício em busca de um pouco de diversão). Entretanto, o nome original da personagem era Donna, sendo que o nome da reconhecida Margarida sempre foi Daisy. Esse detalhe até hoje causa certa divisão entre fãs dos trabalhos clássicos de Walt Disney. Para 'ajudar' no rolo, produziram, em 1951, algumas tirinhas introduzindo a Donna como rival de Daisy. A Disney tem dessas maluquices. Quem nunca se perguntou porque o Pateta dos desenhos para TV tem coisas que não encontramos no Pateta dos quadrinhos? Seu próprio filho, por exemplo, não faz parte do universo dele nos quadrinhos -- quem vemos com ele, algumas vezes, é o sobrinho Gilberto.

Voltando ao foco, Margarida é a versão feminina de Donald, tal como Minnie é a de Mickey. 

Há um tempo atrás, quando eram fortes os grupos de discussão sobre os quadrinhos Disney na Internet, percebi que uma galera não gostava nada do jeito de Margarida; achavam-na abusada pelo seu temperamento explosivo (sendo que Donald também tem) e sua conduta duvidosa em relação ao Gastão, por dar bola demais a ele, principalmente nas investidas dele que, segundo alegavam, eram humilhantes para Donald -- onde já se viu uma namorada tmeperamental que ainda o humlhava dessa maneira?

Não creio que essa tenha sido a intenção em torno da personagem. Fiquei até surpreso pela machaiada demonstrar seu incômodo com isso -- um envolvimento sério para meros personagens de quadrinhos. Deixa o pato, gente. Deixa o pato... Ah, Ah!

E com esse temperamento, não é que a editora Abril resolveu produzir o gibi dela? A revista em quadrinhos da Margarida chegou "causando", logo na estreia, provocando os defensores do Donald até no marketing:

Moacir Rodrigues Soares foi muito feliz nos desenhos da capa -- um dos grandes craques dessa época de produção de HQs.

Sim, as duas revistas ganharam as bancas, em 18 de Julho de 1986, contendo 44 páginas, custando Cr$ 4,50 (quatro cruzeiros e cinquenta centavos). Coloco, a seguir, uma pincelada do que tinha no interior de cada uma:

O PACOTÃO - roteiro de Marcelo Aragão, desenhos de Roberto O. Fukue, publicada também na Espanha, França, Grécia, Itália e Portugal.

ESTOU DANDO FORA, ESTUDANDO FORA? - roteiro de Gérson Luiz Borlotti Teixeira, desenhos de Euclices K. Miyaura, publicada também na Colômbia, França, Itália e Portugal.

ASSALTANTES PERNAS-DE-PAU - roteiro de Les Lilley, desenhos de Daniel Branca, com origem na Dinamarca, publicada também na Alemanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Islândia, Itália, Noruega, Polônia, Portugal, República Checa e Suécia.

O SAPATEIRO QUE ENCHIA O SAPATO - roteiro de Leendert-Jan Vis, desenhos de José Colomer Fonts, com origem na Holanda, publicada também na Espanha e em Portugal

Agora vamos à da Margarida:
UMA NOVA MARGARIDA - roteiro de Gérson Luiz Borlotti Teixeira, desenhos de Euclides K. Miyaura, publicada também na Alemanha, Colômbia, França e Itália.

O SAPATO DEU UMA MÃO! - ideia de Joel Katz, roteiro de Bob Bartholomew, desenhos de Josep Tello Gonzalez, com origem na Dinamarca, publicada também na Alemanha, Egito, Estônia, Finlândia, Holanda, Islândia, Itália, Iugoslávia, Letônia, Lituânia, Noruega, Reino Unido e Suécia.

SUCESSO EMBOLADO! - roteiro de Bob Gregory, desenhos de Jaime Diaz Studio, com origem nos estúdios Disney dos EUA, publicada também na Alemanha, Itália e Iugoslávia.

HOMENS, TREMEI! - roteiro de Arthur Faria Jr., desenhos de Eli Marcos M. Leon, publicada também na Alemanha, Bulgária, Dinamarca, Finlândia, França, Holanda, Islândia, Itália, Noruega e Suécia. 

E você? Gosta da Margarida? Você sabia dessas informações a respeito dela? Você se lembra do gibi da Margarida? Estou esperando seu comentário. 

Confira a versão em vídeo: Margarida, origem e revista.

Um abraço, tudo de bom!

Links de pesquisa:

domingo, 8 de junho de 2025

CONTOS DE BEBÊ REBORN

E aí, leitores rebornes, tudo bem com vocês?

Quero divulgar o mais novo "filho reborn" a integrar a família de ebooks na Amazon.

Ele conta com 81 páginas, embora sabemos que isso varia de acordo com o modo como a pessoa lê no Kindle, pois é possível ampliar as letras, as imagens, proporcionando maior comodidade. 

Se nos ebooks anteriores o(a) leitor(a) assíduo(a) percebeu a presença de uma e outra imagem ilustrativa, não apenas texto, texto e mais texto, agora os(as) leitores(as) se deleitarão em várias imagens que fiz questão de idealizar no intuito de proporcionar maior imersão ao clima. Elas foram engendradas por mim e geradas pelo Ideogram e Gemini: duas ótimas plataformas de inteligência artificial.

Além desse recurso visual bem bacana, a obra literária contém cinco contos e quatro minicontos. Dois minicontos se encarregam de revelar as primeiras nuances do espírito da obra literária -- aquele início como quem diz: "ó, o conteúdo é assim, você está certo de que deseja prosseguir em sua leitura?", e os outros dois fecham o álbum. Entre eles, estão os cinco contos -- um mais interessante que o outro, escritos por mim mesmo, pois eu sou masoquista, adoro ter o trabalho imenso de um escritor dedicado.

"Mas você falou por aí que a IA deu as ideias...". Sim, a princípio, eu iria apenas copiar e colar tudo o que a IA me entregasse, mas meu egocentrismo deve estar tão pica das galáxias, que li os contos e achei tudo muito estranho e facilmente desabonador. Não sou modesto, eu vi aquilo e falei "eu escrevo anos-luz melhor", então sentei o cu gordo e fedido na cadeira e escrevi. Eu devo ser muito tolo pro desafiar uma inteligência, mas esse sou eu. Se os contos da IA fossem bons, eu teria aproveitado, sim. Sem problemas. Quando eu escrevo, parece que outra pessoa vem e toma conta de mim -- é como alguém que me diz o que fazer, como deseja que eu faça. Só que não! É só minha cabeça.

O bom de escrever é que me satisfaço em colocar determinadas coisas que (acredito) nem todo mundo perceberá. Se perceber, não sei se saberá como é essa satisfação. Por exemplo:

-- em Bezerrão Desmamado, o mais legal para mim não esteve em mostrar o cerne; eu adorei usar a imaginação para brincar com o Carlos ao colocá-lo como o filho adulto que mama nas tetas do pai endinheirado. Adorei colocar o momento em que ele está com a Micka, a mulher interesseira de seu pai poderoso que sabe que ela não está com ele por amor, mas o relacionamento é conveniente porque ela é uma tremenda de uma gata e é boa para ele. Adorei ela manipulando a cabeça do marido para desmamar o Carlos, um perturbado almofadinha que precisava logo arrumar o próprio canto em vez de ficar ali, usufruindo de coisas que deveriam ser apenas para ela e seu filhinho. Adorei colocar a rispidez de Carlos contra Micka, literalmente tratando-a como intrusa, sanguessuga, e a manipulação dela em seguida. Acho que alguém já captou a referência, já entendeu o que eu quis dizer. É uma diversão à parte, nas entrelinhas, não está ali para que ninguém veja, por isso considero esse ebook uma experiência nova que me foi prazerosa.

Bom, não vou me prolongar. O ebook está na Amazon, custa 5,99 (cinco reais e noventa e nove centavos). Não pretendo colocá-lo em promoção de livro gratuito. Não durante este ano. A promoção do ebook gratuito é maravilhosa, só que muitos baixam e não leem, sendo que eu só ganho quando sou lido pela primeira vez. A pessoa pega de graça e não me lê, ou me lê um ano depois, sabe-se lá quando, então não ganho agora. Quem tem a assinatura do Kindle Unlimited lê de graça. 

Estou muito feliz por esta obra literária -- este "bebê reborn" que levou mais tempo do que inicialmente planejei, mas me proporcionou momentos de alegria e satisfação. Avançar no meu patamar de escrita é uma realização muito minha, graças às leituras que venho tendo. Olho para trás e vejo que hoje estou melhor que ontem. Que bom!

Se ainda não clicou no link, a hora é essa, clique aqui, REBORN, e pegue o seu. 

quarta-feira, 4 de junho de 2025

O ECO DO MESTRE, A PERDA DO PENSAMENTO PRÓPRIO E O SILÊNCIO DA RAZÃO

"Em um país onde todos foram doutrinados a seguir o Mestre, ninguém mais tinha pensamento próprio" -- a frase ecoa como um aviso lúgubre, um prenúncio de um futuro distópico que, ironicamente, parece já habitar nosso presente. A cada dia, somos sutilmente moldados por forças que, sob o pretexto de nos informar, entreter ou conectar, parecem ter um objetivo maior: formatar nossas mentes.

Não se trata mais da censura ostensiva de outrora, com jornais apreendidos e livros queimados em praça pública. A censura moderna é mais insidiosa, operando no cerne de nossa percepção da realidade. Ela não mostra claramente que visa proibir uma fala, mas direciona o pensamento, objetivando replicação e absorção em massa. Através de algoritmos que personalizam nossos feeds de notícias e redes sociais, somos expostos a um fluxo constante de informações que reforçam nossas crenças existentes, criando bolhas de ressonância onde a divergência é rara e o contraditório é invisível. A repetição incessante de narrativas específicas, impulsionadas por interesses políticos ou comerciais, acaba por solidificar "verdades" que raramente são questionadas.

A consequência é a atrofia do pensamento crítico. Se a informação que recebemos é sempre pré-selecionada para nos agradar ou para nos conduzir a uma determinada conclusão, a necessidade de analisar, ponderar e formar uma opinião individual diminui drasticamente. O debate saudável é substituído por clichês prontos e slogans polarizadores. A complexidade do mundo é reduzida a hashtags e memes, e a profundidade de uma discussão, a um número de curtidas ou compartilhamentos.

Nesse cenário, a capacidade de pensar por si mesmo torna-se um ato de resistência. A doutrinação moderna pode não silenciar a voz, mas ela certamente busca calar a mente pensante. Quando a sociedade inteira parece marchar em uma única direção ideológica, ditada por influências nem sempre transparentes, aqueles que ousam questionar se veem isolados, taxados de gado, desinformados, negacionistas, conspiracionistas, fascitas etc. O medo do sistema que se torna obscuro, incerto e nocivo ao raciocínio questionador faz do conformismo uma escolha sedutora, mesmo que inconsciente.

E é aí que reside a verdadeira censura: na supressão da diversidade de ideias, antes mesmo que elas possam ser formuladas. O sistema não precisa proibir um livro se ele já conseguiu convencer as pessoas de que aquele livro não vale a pena ser lido, ou pior, de que a própria leitura crítica é desnecessária. Quando a capacidade de formular uma opinião autônoma é corroída, a liberdade de expressão torna-se uma casca vazia. Afinal, de que adianta ter o direito de falar se não há mais o que dizer de forma verdadeiramente própria?

A urgência de reativar o pensamento crítico é palpável. Isso exige um esforço consciente para questionar as narrativas predominantes e, acima de tudo, permitir que a própria mente vagueie e explore, encontrando-se livre das amarras invisíveis que buscam nos manter no rebanho do Mestre.

domingo, 1 de junho de 2025

ANTOLOGIA CHULÉ DE ARROMBADOS

Há alguns dias, recebi de alguém que conheço uma proposta de colocar um conto meu em uma antologia. Fiquei curioso para saber de qual editora se tratava, quais os termos e quanto me custaria para participar. Para quem não sabe, nesse universo literário existem editoras que vivem produzindo antologias, os lucros vêm oriundos da participação de cada autor que, por sua vez, ganha alguns exemplares físicos para mostrar aos seus queridos. Há preços bons, em que compensa ao autor tal investimento, sabendo que ninguém (além dos envolvidos) lerá seu conteúdo, mas é bom porque o autor gastaria muito mais para publicar aquilo por conta própria. Há preços em que não são tão bons, e isso fica a critério do bolso de cada um.

Para minha surpresa, a antologia seria produzida por essa pessoa, de maneira independente, eu não pagaria nada, pois seria uma ação de ajuda mútua entre "amigos". Essa pessoa tem um talento enorme, mas eu, normalmente, não costumo ingressar em atividades visando o bem coletivo de amigos escritores -- os amigos escritores que se fodam, quem realmente é meu amigo escritor nem viria me propor esse tipo de coisa. Você já vai entender porquê.

Passou um tempo, muita coisa aconteceu, estava eu coçando as herroidas do meu toba, eis que vejo uma postagem divulgando a tal antologia. "Já tá pronta", pensei. Fui seco, curiosão, ver qualquer tipo de informação. Ah... 

Dos contos, conheço 90%, alguns eu li em ebook -- maravilhosos por sinal -- e outros eu ouvi em audiobook, em um certo canal que lida com vídeos de audiobooks, no YouTube. Até achei interessante adquirir esses que conheci como "áudio", pois absorvê-lo escrito é uma outra história, mas eu tenho uma coisa horrível dentro de mim.

ODEIO FAZER CARIDADE

Porque, em termos de publicação independente digital, ninguém fica mais rico ou mais pobre por meio de um ato isolado de caridade, é pura perda de tempo; e depois, a sombra desses autores fica perturbando à espera de algum posicionamento seu, que pode nem "rolar", então adquirir uma produção literária nesses moldes é masoquismo. Masoquismo, para mim, só algo carnal entre quatro paredes.

Por que não divulgo a obra? Pura pirraça! Eu já conheço quase tudo, e o que me interessou, talvez, eu consiga de outro modo, mas o motivo maior foi o que me deixou agoniado: a impressão de desleixo.

Eu me lembrei dos meus tempos de escola, quando eu era um gordo desengonçado horroroso, cabelo ensebado, colado na cabeça como um capacete, rosto cheio de espinhas, triste, cheio, gorduroso, roupas rasgadas ou tortas que mal cobriam minhas tetas, e a "tia" então passava um trabalho em equipe. Sempre uns dois ou três, de repente, colavam em mim. Por quê? Porque essa era a única hora em que eu interessava a eles. O gordo nerd esquisito que iria fazer o trabalho todo para eles levarem nota. Pois é... Quando eu olhei essa antologia, o pouco do que pude ver, fiquei com essa sensação, então me emputeci.

Por que escritores talentosos não se esforçam um pouco para mostrar um ebook legalzinho? Poxa, os caras estão dando um tiro no próprio trabalho! Que saco! 

Vocês têm ideia do que é escrever um ebook? Um simples conto pode consumir várias e várias horas, dias, semanas, onde o autor poderia estar fazendo qualquer coisa, até batendo punheta, mas está ali, escrevendo, criando, dando o melhor de si. Dai ele finda sua história e faz o quê? Vai atrás de uma capa legalzinha para divulgar "pruzamigus", em redes sociais e ao caralho a quatro? Não. Colocam um negócio xexelento como capa, algo que nem os jovens da quinta série fazem de forma tão precária. Não posso falar do interior, pois eu prefiro acreditar que o interior não está como no arquivo que me foi passado na ocasião da proposta. Prefiro acreditar que não está daquele jeito!

Eu pergunto: se foi uma ação em conjunto para divulgar o talento dos colegas, não teve nenhum deles capaz de proporcionar uma capa mais bonitinha? Todo mundo se conformou com aquela coisa chulé como meio de apresentação de seus trabalhos? Se eu tivesse ingressado nessa antologia, jamais teria permitido que colocassem aquela capa cretina. E é exatamente isso que alguns autores querem -- criar amizades com alguns amigos que possam carregá-los nas costas. VSF CARALHO!

Eu estou cansado de um pessoal que vem cheio de boas intenções, um discurso lindo e depois me usa. Não exatamente me usa, preciso ser sincero aqui: sou EU que me prontifico a ser prestativo, tem uma grande diferença, pois a iniciativa parte de mim, então essas pessoas não têm a menor culpa, mas o fato é: estou cansado de me dedicar à mediocridade, achando que tal pessoa vai se aperfeiçoar e melhorar, quando na verdade ela não quer, ela quer que o palhaço aqui continue batendo palmas, elogiando, sendo atencioso, carinhoso. E a pessoa ainda começa a "se sentir". 

Ah, meus queridos! Eu estou há quinze dias elaborando um ebook de contos de bebê reborn. 15 DIAS! Quinze dias preso, por, no mínimo, cinco horas em uma cadeira junto à mesa de minha cozinha, à frente do meu notebook. Depois de criar, é reler, reler de novo, reler mais uma vez, sempre ver algo para mudar aqui, ali, ajeitar, etc. ISSO é ter capricho, é zelar pelo que se faz! 

A ideia inicial, vou ser bem sincero aqui, era pegar um monte de contos elaborados pelo Chat GTP e simplesmente dar um copia e cola. Não tenho nada contra isso. Acho a inteligência artificial super prática. SÓ QUE EU NÃO QUIS! Eu escolhi o caminho mais tradicional e difícil. E eu escolhi porque eu sei o meu potencial, eu sei que posso levar para as pessoas algo melhor. Talvez eu seja burro, pois copiar todos os contos da IA e fazer disso um ebook não levaria mais do que um dia. 

Eu -- que fico ocupando meu precioso tempo dando o melhor de mim -- não quero mais ficar no meio da mediocridade. É fato que existem autores que não conseguem fazer muita coisa. Mas eu me refiro a uma ação em que EU SEI que poderiam ter feito melhor e ninguém tomou a iniciativa de fazer. É sobre isso! É sobre saber que aquilo poderia ser melhor, se alguém tivesse um pouco mais de boa-vontade em vez de sempre esperar ser lido pela compaixão de coleguinhas. 

"Ah, assim tá bom, ninguém vai ler mesmo", "brasileiro não lê", "tá bom assim", VSF com esse derrotismo, seu arrombado! Tantas horas, tanto tempo empregado, para isso?! Esse é o espírito que vocês colocam em suas obras? Por que vocês ainda escrevem? 

Para fazer ebooks porcos, é melhor se dedicarem a um blog, pois um blog não exigirá do autor certas peculiaridades do ebook. É bem mais fácil colocar seus textos em um blog, que fica lindo e primoroso, todo mundo acessa, todo mundo lê facilmente. Vocês não deixarão de ser escritores por causa disso, e até terão seus escritos mais valorizados, pois o visual de um blog é interessante.

Venham para o Blogger e parem de passar vergonha na Internet! Essa putaria de vocês, além de não ser nada interessante, ainda queima o filme dos outros.

Vocês são muito talentosos! De verdade! E dá raiva, como eu fico puto ao ver que cagam em cima do talento que possuem. Se querem mesmo publicar seus textos de forma independente, mas não se interessam em apresentar bem um ebook, venham para o Blogger.

ZÉ CARIOCA - 1 CAPA, 2 REVSTAS

Ainda sob o mote dos quadrinhos Disney, estive visitando o blog de um velho amigo quando vi a capa que ele postou, da revista do Zé Carioca ...